PR participa na cimeira da SADC com foco na paz e segurança da RDC

A urgência em se encontrar estabilidade naquela região africana visa ainda permitir ao povo congolês participar com tranquilidade nas eleições que decorrerão no seu país em Dezembro do corrente ano.

A Cimeira, presidida por João Lourenço, debruçou-se sobre a situação de segurança no leste da RDC. Na 43ª Cimeira da SADC foram apreciadas propostas sobre o destacamento da SAMIM na RDC com a finalidade de concretizar um esforço de apoio ao país na sua tarefa de restauração da paz e da segurança na zona leste.

Na ocasião, o Chefes de Estado e de Governo consideraram de forma unanime que deveriam colocar o seu empenho ao mais alto nível para reunirem as condições que pudessem permitir a mobilização e construção da referida força com a estrutura de uma brigada reforçada.

A Cimeira Extraordinária Virtual serviu para fazer uma avaliação positiva do cumprimento das decisões tomadas na 43ª Cimeira.

Assim, paralelamente às acções que o bloco regional está a empreender ao novel militar, João Lourenço considera necessário continuar-se a manter as iniciativas de natureza diplomática com a certeza de que a conjugação desses esforços vai permitir a concretização, com êxito, dos Processos de Luanda e de Nairobi, em que estão contemplados passos cruciais para o estabelecimento da paz no leste da RDC.

Lourenco referiu que as preocupações na base das quais os Chefes de Estado e de Governo da SADC se mobilizaram para o encontro de hoje são as mesmas que se prendem com a questão da paz, da estabilidade e da segurança que estão no centro das atenções da comunidade internacional que se debate com as convulsões que ocorrem um pouco por toda a parte, com especial destaque para os conflitos na Europa e no Médio Oriente, mais concretamente a guerra entre a Palestina e o Israel.

“Essas perigosas ocorrências obrigam-nos a uma vigilância constante e a uma atitude proactiva para que estejamos sempre capazes de nos anteciparmos aos acontecimentos e prevenirmos, assim, o eclodir de tensões e conflitos ou agravamento dos que já existem de forma a garantirmos, pela via do diálogo e de posicionamentos políticos construtivos à paz, estabilidade e segurança da nossa região”.

Mais especificamente sobre o conflito entre Palestina e Israel, o Presidente em Exercício da SADC referiu que, enquanto bloco regional, “não podemos focar indiferentes” àquela “situação dramática” que já atingiu “proporções de uma verdadeira tragédia humana que se abateu sobre civis indefesos que sofrem injustamente as consequências de uma guerra que poderia ter sido evitada caso se tivessem implementado atempadamente as pertinentes resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a criação do Estado da Palestina”.

João Lourenço avançou sublinhando que se trata de uma questão de justiça que não pode ser descorada, nem ignorada por nenhuma nação.

“E é neste contexto que nós os estados membros da SADC levantamos colectivamente a nossa voz para que se procure o mais depressa possível uma solução que leve a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a normalização das condições mínimas de vida das populações daquela zona”.

A Cimeira Extraordinária Virtual dos Chefes de Estado e de Governo da SADC não foi conclusiva. A reunião voltará a acontecer de forma presencial já a 4 de Novembro próximo em Luanda, Angola, com esperança de que seja frutuosa tendo em conta o permanente interesse e o engajamento de todos na busca de soluções para os problemas da África Austral.