PR aponta urgência para posicionar o país no mercado global de gás
Maputo (Moçambique), 20 de Agosto de 2024 - O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, proferiu esta terça-feira uma Comunicação à Nação sobre a indústria de petróleo e gás no país, onde abordou as conquistas alcançadas nos últimos 20 anos e os desafios futuros do sector.
Um dos aspectos de destaque no discurso alusivo ao 20º aniversário do Instituto Nacional de Petróleo (INP) é o facto de o Presidente Nyusi ter arrolado um conjunto de factores que o fazem crer que Moçambique está destinado a posicionar-se no mercado global de gás natural liquefeito (GNL), havendo por isso a necessidade de o país o fazer agora.
Entre tais factores, ressaltam as vantagens (a serem exploradas) decorrentes da geografia do país, da qualidade do gás e das reservas que, segundo o estadista, conferem a segurança energética a longo prazo, a par do desenvolvimento de novas tecnologias que permitem a captura e o armazenamento do carbono.
O Chefe de Estado sublinha, igualmente, o facto de estes elementos favoráveis ocorrerem num contexto que propicia o surgimento de novos fornecedores em razão do risco associado aos efeitos da guerra Rússia-Ucrânia e à insegurança das rotas com o escalar da guerra no Médio Oriente.
Assim, olhado para o futuro, o Presidente da República “entende claramente” o papel vital do INP perante este cenário.
“O papel que deve desempenhar nos próximos tempos é delicado. O Instituto Nacional de Petróleo deve assegurar que os nossos recursos, de facto, contribuam para desenvolver Moçambique. O Instituto Nacional de Petróleo deve contribuir para a estabilidade energética nacional, regional e global, com vantagens para o país, particularmente nesta era da transição energética”, enumera.
O governante avança afirmando que os desafios que se avizinham exigem ainda um compromisso renovado com a excelência, qualidade, inovação e muita responsabilidade, determinante para o sucesso das actividades levadas a cabo pelo INP. Apontou também a necessidade de se robustecer o quadro legal e regulatório e melhorar a monitoria e fiscalização das operações petrolíferas.
Falando concretamente dos 20 anos do INP, o Chefe de Estado entende que celebrar este momento é também recordar a evolução do sector petrolífero numa fase em que o país caminha para o jubileu da Independência Nacional já no próximo ano.
Ao longo deste período, o estadista aponta como uma das grandes realizações do sector o início da produção de gás natural nos campos de Pande e Temane, na província de Inhambane, em 2004, através da empresa sul-africana Sasol.
Como avanços recentes, o governante destaca o início, em Novembro de 2022, da produção de gás natural na Bacia do Rovuma através da plataforma flutuante aoral Sul FLNG, que desde então já exportou para o mercado global cerca de 68 navios cargueiros com gás natural liquefeito e 10 condensados.
Outro marco importante de que faz referência é a aprovação do projecto integrado de partilha de produção, de Pande e Temane, que permite conceber e implementar a geração de 450 megawatts de energia eléctrica através da Central Térmica de Temane.