PR: Ponte 6 de Agosto põe fim ao sofrimento de muitos anos
Govuro (Moçambique), 01 de Novembro de 2023 – O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou hoje a nova ponte sobre o rio Save, na Estrada Nacional Número Um (EN1), pondo desta forma fim ao sofrimento por que os automobilistas, principalmente os de transporte de carga, passavam para atravessar o rio que separa as províncias de Inhambane e Sofala, respectivamente no sul e centro do país.
Para atravessar a ponte, quer para o norte, quer para o sul, os automobilistas precisavam descarregar a mercadoria para que correspondesse às toneladas suportadas pela antiga ponte já obsoleta, para depois as mesmas viaturas voltarem a carregar.
Trata-se de uma infra-estrutura de engenharia de capital importância socioeconómica e política para os moçambicanos, pois permite a ligação entre as regiões sul, centro e norte do país através das províncias de Inhambane e Sofala (distritos de Govuro e Machanga).
Segundo observou o Presidente Nyusi, com esta ponte passa a estar garantida a mobilidade com maior segurança de pessoas e viaturas de transporte de mercadorias diversas. Aliás, notou que o processo construtivo desta ponte obedeceu às melhores normas e práticas de engenharia e padrões de resistência para poder contrariar os desafios dos eventos extremos que ciclicamente se fazem sentir como resultado das mudanças climáticas.
No seu discurso inaugural, o Presidente da República começou por explicar o contexto do surgimento do nome Ponte 6 de Agosto.
“Por aqui e por muitos anos passaram viaturas transportando pessoas e bens, homens e mulheres que não tinham a certeza de chegar ao norte do país ou para o sul e regressarem. […] Mas a vontade dos moçambicanos foi acima de todos os caprichos. Libertaram-se do egoísmo, uma libertação não condicionada e sem cinismo, sentaram-se e falaram de corações abertos em 6 de Agosto de 2019 na Cidade de Maputo e disseram: basta o sangue, sim o desenvolvimento”, disse o estadista, referindo-se ao Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, assinado entre o Presidente Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
Com efeito, o Chefe de Estado afirma ser desejo e esperança dos moçambicanos que “de forma duradoura a Ponte 6 de Agosto suporte o peso da paz”, porquanto condição imprescindível para o desenvolvimento de uma nação.
A Ponte 6 de Agosto é uma infra-estrutura de grande impacto financiada totalmente pelo Orçamento do Estado moçambicano para garantir a circulação segura de pessoas e bens.
A antiga e suspensa sobre o rio Save, com cerca de 860 metros, foi projectada nos princípios da década de 60 e inaugurada a 16 de Setembro de 1972. Nessa altura a ponte foi concebida para suportar uma carga até 48 toneladas. Com o desgaste natural ao longo do tempo e por ter sofrido o impacto de várias tempestades, a sua capacidade foi se reduzindo. Esta realidade ditou a limitação da carga para 30 toneladas e a travessia de veículos pesados restringida para um de cada vez.
Face a este cenário, o estadista explica que imediatamente o Governo ganhou a sensibilidade de que a limitação do peso estava a criar constrangimentos e enormes prejuízos aos transportadores e à economia nacional e da região, tendo em conta a localização geográfica de Moçambique, pois de Moçambique e para Moçambique transita o tráfego para todos nos países vizinhos, nomeadamente África do Sul, Eswatini, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi, incluindo a Tanzânia, sendo a EN1, que atravessa a Ponte 6 de Agosto, fundamental.
“Perante esta situação entre vezes sem conta o tráfego rodoviário pesado era obrigado a efectuar o baldeamento da carga nas duas extremidades da ponte, o Governo desenhou uma solução que consistiu na construção de uma nova ponte e na reabilitação da antiga com o objectivo de responder ao crescimento do tráfego diário de mais de 500 viaturas maioritariamente pesadas”, explica.
O Chefe de Estado avança explicando que a construção de uma nova ponte e a reabilitação da anterior insere-se numa visão mais ampla de ligar o país por estrada de uma forma segura do Rovuma ao Maputo através da EN1 da Ponta do Ouro, no extremo sul, e Negomano, no norte, por um lado.
“Por outro aldo, as mudanças climáticas e os picos de cheia que se têm verificado nos rios nacionais mostram que era necessário dotar a travessia do rio Save de uma ponte mais extensa e moderna e que respondesse aos novos desafios gerados pelo aquecimento global. É neste sentido que a nova ponte, com cerca de mil metros de comprimento [e 13,5 de largura], para além de ser de estrutura rígida, continua de betão armado. É mais extensa que a outra em 130 metros. Esta é mais uma infra-estrutura imponente viável que hoje encontramos ao país como solução de um problema concreto numa estrada vital para o desenvolvimento antes que sejamos surpreendidos pela natureza”.
Em termos de carga, a nova ponte tem capacidade para suportar 48 toneladas, como antes, e sem restrições do número de viaturas pesadas sobre a mesma, obedecendo aos regulamentos de circulação de veículos.
As obras de construção foram custaram perto de seis mil milhões de meticais, o que faz desta ponte a maior construída com o financiamento do Orçamento do Estado no período pós-independência.