“Estou muito deprimido”, PR sobre morte de Afonso Dhlakama
Maputo, 04 de Maio de 2018 - O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, disse ontem, que sente-se deprimido, em reacção à morte de Afonso Dhlakama, Presidente do Partido Renamo e membro do Conselho do Estado.
“Estou muito deprimido. É um momento muito mau, principalmente para mim. Estávamos a resolver os problemas deste país. Esforcei-me para transferir o meu irmão do local onde se encontrava, para ter tratamento médico especializado, mas não consegui”, disse o Chefe do Estado.
O Presidente Nyusi lamenta profundamente a morte de Afonso Dhlakama, a quem considera um irmão, e com quem estava num diálogo político adiantado para a pacificação do país, e de quem já tinha garantias do seu comprometimento pessoal para se atingir este desiderato.
A última vez o Presidente da República interagiu com Afonso Dhlakama, este terá dado o seu comprometimento com o caminho abraçado pelos moçambicanos para a pacificação definitiva do país, tendo pedido ao Chefe do Estado que não houvesse falhas de nenhuma índole no caminho para a paz efectiva.
“Fui infeliz. Não me deram tempo, pois não me informaram que ele estava mal há uma semana. Disseram-me há um dia. O que importa é que o país não deve parar, e não devemos ser um Estado sem oposição. A oposição não faz mal a ninguém”, sublinhou estadista.
Afonso Dhlakama, signatário dos Acordos de Paz de Roma, nasceu a 1 de Janeiro de 1953, no Distrito de Chibabava, Província de Sofala, e nos últimos tempos estava envolvido em negociações directas com o Presidente Nyusi, visando o restabelecimento da paz efectiva.
De recordar que o Chefe do Estado deslocou-se por três vezes para a Serra de Gorongosa, local onde residia Afonso Dhlakama, para conversações em prol da Paz, para além de contactos telefónicos que mantinha habitualmente com o líder da oposição.